Entrevista a Mesk

Entrevista a Mesk

1 - Porque o tag mesk?

Mesk provém de mescalina, uma substância extraída de certos cactos e que depois de ingerida provoca alucinações. Eu identifico-me com isso, com alucinações, com imagens inesperadas, com formas disformes e fluidas.



2 - Quando é que começaste a pintar? Porque

Infelizmente só me apercebi do movimento que se manifesta em torno do hiphop em 2004, já tinha experimentado pintar uns rabiscos nas paredes, mas só nessa altura é que soube o que era fazer parte de uma crew e pintar com um objectivo. Comecei por curiosidade e incentivo de outras pessoas, tornou-se num passatempo criativo e hoje, após tantos bons momentos, num modo de ser e de estar.



3 - O que é que achas sobre a atitude que hoje em dia muitos writers têm que é acharem-se "kings" e não pintarem com pessoal que pinte menos? Qual é o teu ponto de vista nesse aspecto?

Não tenho muita consciência disso, nem gosto de rotular assim as pessoas. Sinto-me privilegiado por ter oportunidade de pintar e de conhecer alguns dos representantes do graffiti português, mas penso ser sobretudo uma questão de contacto e oportunidade.


4 - Quais foram as tuas influências ou pintores preferidos quando começaste a pintar?


Não sei bem. Eu tento tirar proveito de tudo o que me rodeia, sou bastante influenciável, não o sendo. Isto é, pesquiso o que me cativa e é lógico que isso influencia o meu trabalho, mas respondendo à pergunta (em termos nacionais), tenho sempre guardada a sabedoria e espírito do Doc e da NósTeam, a irmandade CMK e todos os restantes “malucos” com quem passei óptimos momentos.





5 - Hall Of Fame ou Bombing? Porque?

Hall Of Fame pelo convívio e pelo prazer de trabalhar uma peça, sem contar com o alívio de não estar a pintar ilegalmente. Algum Bombing, sim, esporadicamente, em parte por respeito às raízes mas sobretudo pela adrenalina.



6 - Se te dessem á escolha as seguintes opções qual escolherias e porque: Fazeres um trabalho e seres recompensado monetariamente ou pagares o material do teu próprio dinheiro e fazeres algo a teu gosto?


São experiências, a meu ver, diferentes. É óptimo ser monetariamente recompensado por um trabalho, e é esta opção que vou ter de eleger, mas no entanto há uma pressão, um cliente, uma outra pessoa que não nós próprios a “comandar”. Normalmente utilizo o material de trabalhos feitos para depois fazer algo a meu gosto porque, e vocês sabem, não está fácil pagar o nosso próprio latedo.





7 - Qual é o estilo que te encaixas?

Gosto de ser vadio, experimentar um pouco de tudo, tirei algumas conclusões e tenciono continuar até me sentir confortável, ou até encontrar algo que m cative de forma diferente.



8 - Na tua opinião, o que é que distingue um graffiti que é arte e um que é vandalismo?


Na minha opinião? A consciência social envolvente e o meio no qual se encontra inserido, pois todo o graffiti é feito como forma de manifesto, seja de um sentimento ou de um princípio, resta-nos ter consciência do património cultural e respeito pelo mesmo. De resto, cada um o interpreta da forma que melhor entender.



9 - Alguma coisa que queiras dizer a jovens writers?


Sim, claro! Abusem nessas paredes, experimentem coisas novas e façam o favor de aproveitar ao máximo todas as ocasiões que o graff tem para vos oferecer. Um forte abraço para quem sente esta merda!